segunda-feira, 1 de abril de 2013

Psico...loucos?!



Em primeiro lugar, gostaria de esclarecer que admiro esta profissão. Mas primeiramente vem a pergunta: o que faz um psicólogo?  Escuta os dramas das vidas particulares de dezenas de pessoas que estão cheias de amarguras, e vão lá pra "desabafar" com um alguém que PARE (literalmente) para lhes ouvir.

Mas, num pensamento, particular... acho que eles absorvem aquele monte de coisas que escutam diariamente, e na verdade, são mal resolvidos nas próprias vidas.
Digo isso pelo fato de ter presenciado algumas situações, e vou contar uma delas.
OBS.: nomes fictícios, fato real (com acréscimos nas falas).

Era um dia rotineiro como outro qualquer, após sair de uma clínica peguei, junto com uma amiga, um ônibus para ir à universidade. Ao entrar no ônibus, sentamos, começamos a conversar, mas depois percebemos uma pessoa agitada, voz de choro, falando, falando, falando só ou com quem estava ao seu lado. Era uma mulher ("Fátima") que abria sua vida para quem quisesse ouvir.  E, então, paramos para ouvir.
Fátima estava transtornada, tinha sido traída, parecia revoltada e dizia sem parar coisas do tipo:
- "ELE VAI VER QUE NÃO PRECISO DELE!"
- "TA PENSANDO O QUE? SOU PSICÓLOGA A 20 ANOS, TENHO DOIS CARROS"
E a pessoa que estava ao lado estava parado um homem (Luis). Luis parecia paralisado naquela situação, apenas balançava a cabeça com sinal positivo no meio daquele bombardeio de desabafos.
E Fátima continuava a repetir:
-"SOU PSICÓLOGA, TENHO UM CONSULTÓRIO NA PONTA VERDE MEU FILHO, TA PENSANDO O QUÊ?!."
- "VOU FICAR UM TEMPO NA CASA DE UMA COMADRE MINHA, ELE NÃO SABE A ONDE É, E NÃO VAI ME ACHAR"
- "SÓ TÔ ASSIM PORQUE ESTOU NERVOSA, MAS NUM TÔ NEM AI PRA ELE"
- "ELE ME TRAIU, VOU MOSTRAR QUE VIVO MUITO BEM SEM ELE"
- "VOU SÓ ESPERAR A POEIRA BAIXAR"
Alguns minutos depois, Luís saiu, chegou no seu ponto de descida, e aquela mulher procurou outro lugar pra sentar. Sentou-se mais ao fundo onde estávamos eu, "Raquel" (minha amiga) e mais três rapazes.
E Fátima continuou a falar desatinadamente, abrindo as páginas do livro da sua vida... eu e Raquel ficamos silenciadas diante daquela situação, mas os três rapazes interagiam com ela, mas zoando do drama em que aquela mulher vivia. Naquele momento me penalizei dessa situação: a mulher sofrendo e aqueles jovens fazendo brincadeiras.
Enfim chegamos ao ponto de descida... mas aquela cena não saiu mais da minha cabeça.
Aquela mulher desesperada, meio que descontrolada, dizendo-se bem resolvida por ser psicóloga.
Ninguém nunca conseguirá saber o que se passava na cabeça de Fátima.
Não sei o que aconteceu depois disso, que fim aconteceu nessa história.

Mas ficaram as perguntas: Fátima ouve tantos problemas diariamente que "esborrou" os seus descontroladamente? Porque que ela extravasou falando de suas particularidades assim num lugar público?

Outro fato ocorrido foi o seguinte: um casal se conheceu ele ("Arthur") era formado em psicologia e trabalhava em uma clinica. E ela ("Marcela"), estaria ingressando num curso de graduação, com uns 2 ou 3 meses de namoro Arthur convidou Marcela para uma viagem e ela concordou. Mas às vésperas da tal viagem Marcela adoeceu e ficou sem condições para isso. Então foi gerada uma discussão e Arthur deu por encerrado o namoro com a seguinte frase:
- " ESSA DOENÇA FOI DO SEU PSICOLÓGICO PORQUE VOCÊ NÃO QUER VIAJAR COMIGO."
E Marcela respondeu: 
- "ADOECI PORQUE TOMEI CHUVA INDO COMPRAR ROUPA PARA A VIAGEM.
E ele finalizou:
- "PORQUE VOCÊ NÃO ASSUME QUE NÃO QUER IR? SEU ORGANISMO ADOECEU PORQUE VOCÊ NÃO QUER IR. MELHOR A GENTE TERMINAR.

São histórias distintas, mas envolvendo dois profissionais da área da psicologia.
O que acontece com a cabeça deles?
Por que agem assim?
Serão sempre questionamentos...

Até mais.
Poly Lima.

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